Sua vida nunca me aplacou,
Não o percebi em cheio,
Sorria aquele olhar de encanto,
Pelo sorriso que fugia.
Parecia, não sei, um balé de sombras,
A morte já te rondava e eu não sabia,
Gostava da solicitude sem medida,
Uma proteção que acalmava.
A sabedoria pelos corredores,
Os copos vazios pelas mesas,
Boêmia desesperançada,
Que nada te poderia refazer.
A canção marcava nossa lembrança,
Até hoje tenho notícias de Portugal.
Aquele riso doce demais para morrer,
O fel que ficou não vou beber.
Criança, enquanto dorme acalenta,
O sonho de virgens mal dormidas,
Volúpias inconfessadas,
Que você levou embora,
meu marujo negro.
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