Sempre ouvi falar de você no escuro,
O erro como sentença,
A vida sem lar.
Morrer à noite, ao relento,
Na beira da estrada;
Abandono feroz,
Condenação sem limites.
Chorei diante do mendigo,
E da moeda tocando o chapéu imundo,
Parecia-me que era você
eu que nunca o vi
Este desprezo que me rasga as entranhas.
Não consigo engolir a massa podre.
Meu pensamento não condena quem não soube perdoar.
Minha dor é a solidão do fracasso,
Que acompanha quem foi e quem deixou ir.
O consolo é que as estrelas que brilham,
Acompanham as luzes que insistem em brilhar;
Mesmo escondidas de tudo,
Porque seguraram o presente da despedida.
Durante a vida em que ficaram ausentes,
E no seu último suspiro,
Foi o sopro do vento,
Que dobrou os corações aprisionados,
Em brasões de pedra adormecida.
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