Acho que primeiro foi o cabelo branco,
Depois o cachimbo no canto da mão;
Às vezes, roçando o bigode,
Olhar sentado na varanda da casa.
Assim te reconstruí em objeto de lembrança,
As imagens são sempre ternas,
Escondem as doenças e respirações difíceis,
Os tombos que já demos na vida.
O quintal que me dava frutos,
O grande cachorro que me dava medo,
A cozinha onde entendiamos de risos.
TV na sala, programa interminável.
Lembro da fala que me elogiava;
Andar sobre o chão, como se voasse;
Cabelo para traz, de princesa;
Meus sonhos de beleza que nunca foram desfeitos.
Simples, ter quem se ama,
Mesmo sem saber quem se é;
O doce partido,
De se encontrar na ausência.
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