ATRAIO POESIA

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domingo, 27 de março de 2011

PERFUME DE INCENSO

Abertura: no início tudo era o caos. do caos se fez a origem de todas as coisas. no meio de tudo o verbo. o singular, o subjetivo. a palavra. acendo o incenso e encho a sala de perfume....

                           LIVRO I : PERFUME DE INCENSO


 

Abro o incenso, acendo, é noite.
A fumaça sobe e o perfume é forte.
Respiro.
Hora de escrever.

Olho o escuro da noite no alto da montanha
Luzes piscam
O vento sobrevoa sereno
Respiro o ar da janela, renovando o espírito

Abro o chocolate,
Sacio meu desejo.
Há coisas que não nos esclarece a razão;
Há sensações que não conseguimos explicar.
O deleite não tem portas abertas


A lua, hoje, está cheia;
Brilha mais que o céu,
Intensidade que comemora sua forma plena.
Pisco o olho e tento fixar sua luz.
                       Preencho minha fantasia.


                        Deu vontade de tomar chá;
Outro cheiro que me arrepia,
Tenho camomila e hortelã.
Calma e frescor.
Por que a natureza nos fascina?


O sabor da noite vai ficando mais denso.
Sobe, lá de fora, um cheiro de alecrim com laranja.
            Lampião aceso que não sai da memória.
Água de lavar os pés.
Se eu morrer, me põe de volta no vento.



Cruzo os dedos de vontade.
Tomara que amanhã tenha arco-íris.
Quero pintar meu romance,
Quero chorar,
Quero partir quebra-cabeça.

A porta lá embaixo bate,
           Deixei a janela aberta
O vento soprou mais forte.
Há tempos que não vejo gente.
Solidão, minha eterna companheira

A água desce pelo esôfago,
Respiro pelo diafragma,
O ar enchendo a barriga e os pulmões;
Se pudéssemos voar?
            Acho que o mundo não seria tão material.

Abro a boca,
O sono me engole;
O cheiro acabou,
A fumaça acabou,
A vontade acabou,
Meu mundo não me pertence.
























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