Sou espectro cristalino de dor lunar
Arfa a sede do meu peito em dó menor
Surge na estrada pontiaguda uma luz em si
Estou nua
Minha alma pede colo
Sinto um sorriso que pousa na folha fina
Minto minha solidão
Ninguém ama mais a terra
Do que o cactus que dela absorve nuvens
Razão é memória que se perdeu de si mesma
Não há possibilidade de gritar um dia inteiro
Mesmo quando a angústia trai o desespero
Rompo a porta do retrato vazio
Na esquina da aflição de um dia morto
Perdi o recado da lucidez em abandono
Rezo meus dias
Torço meus meses
Encolho meus anos ainda não vividos
Na bolha de sabão que enxuga meu corpo
Na hora do encontro com minha perda sensitiva
Os olhos são espelhos que não volvem a jornada
Pois estão vendo o que de mim sobra na luz do dia
E no interno semblante
Que roubei de mim
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