ATRAIO POESIA

A VIDA É TODOS OS DIAS UMA POESIA, POSTAR POESIAS, CAMINHAR OS DIAS.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

VESTIDA DE LUA





Ela gosta de brincar com a lua,
nas suas quatro estações.
Ela brinca de viver nas alturas,
em asas de borboleta.
Faz cara séria,
verdadeira.
Acredita naquilo que diz.
Devota de sua consciência.
ela acredita em alma eterna,
e se veste de lua.
Algumas vezes derrama de cheia,
e explode minguando.
Depois cresce,
surpreendente.
Sempre nasce de novo,
Lua Nova,
quase imperceptível,
surgindo para um novo ciclo.

domingo, 13 de outubro de 2013

PARTILHA

O ar da casa envolve seus cantos
estou respirando suas dores
andando por cima das nossas expectativas

Escorre pelas minhas mãos seus encantos
suas saudades, seus medos
somos laços, enlaçados, enternidos

Mãe, filho, mulher, menino, moça, velha, criança
nossos nomes se confundem com as nossas formas
sonhamos sem fim na deletéria função de sentir

Anseio seu sucesso, sua vitória, seu desprendimento
querendo ser além da flor que murcha
laços, roliços, enredados

A partilha de um amor é mais que um instante
ela voa por teias invisíveis
dão formas a constelações
enlaçam, enternecem, envolvem


sábado, 13 de outubro de 2012

SAGRADO




Caminhava pela praia
rodeada de gaivotas, andorinhas, e pombos
cantava alegre a música do coração

Parou para admirar o mar
e ouviu um estrondo

Surgiu após uma onda gigantesca
invadindo a areia
caminhava por cima do mar

Beijou os seus pés descalços
e entregou
aquilo que era brilhante como o sol

Momentos são sagradose não há  meios nem palavras
que descrevem aquele instante

O sagrado recebe seus juramentos
as pessoas recebem seus compromissos
o vazio guarda no seu silêncio suas revelações

O Sopro


Olho o mar e carrego nas ondas toda a existência
vejo a onda quebrar na areia e voltar para o infinito
só agora entendo a importância de todas as conchas

Caminho na areia fina do tempo
devolvo estrelas do mar para o universo
sei que não posso absorver num sopro todo o saber da brisa

Olho o mar e as ondas
guardo o sabor na língua
nesse momento escuto o barulho que sopra no meu coração

terça-feira, 1 de maio de 2012

MEMÓRIAS DO CAMINHO




Mesmo as Pedras do caminho mudam
Com as pegadas que deixamos ontem
Ao receber os passos de quem caminha por ela agora

Vão nos receber diferentes amanhã



Transformações são modelagens novas
Artesãos são os peregrinos do caminho

Há um barulho no silêncio

São as memórias como pedras sendo modeladas



E cada linha que se modifica
Evapora no vento

E se espalha pelo caminho

segunda-feira, 30 de abril de 2012

CAOS DO COTIDIANO




A luz é de graça
A dor é de graça
A vida que passa
Engraça

Amor em recantos
Espera o pranto
Escondidos nos mantos
Espanto

Em pequenos instantes
Caminho errante
Por cenas inconstantes
Mutante


Olhando no escuro
O silêncio eu mudo
Enxergo o muro
Tudo

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PEREGRINOS

São onze minutos suspensos na escuridão.
Através do espelho,
a face rompida em montanhas de gelo,
no corpo da mariposa que fixava os olhos em mim. 
Guerreiros da luz.

Minha alma se uniu a sua lembrando os transes em Ouro preto,
percorrendo caminhos onde a face de Deus se revela no adro,
da igreja de São Francisco de Assis.

Nove vezes eu fui Sua.
Sua mágica presença curando minhas dores,
no amor e na misericórdia.

Sozinha.
Segui o caminho,
às vezes nua,
às vezes vestida de lua,
dormindo com anjos depois de noites em desespero veloz.

Escondida em um lugar santo,
cheio de plantações que minhas mãos semearam,
acolhida pela terra vermelha e árida,
recuperei minhas asas
preparei para um voar embalando bebês.

Surgiu no horizonte o tempo de aprender sua linguagem.
Fora  do ninho conforto caminhei entre rosas vermelhas, o caminho do coração.

Magias desfeitas impedindo um coração de chorar, uma menina de rodopiar, uma mulher de sorrir.
Na cadeira de balanço da varanda envelheci sem pressa de nada.
O espelho quebrado ressurgiu inteiro,
a boneca fez piruetas no mar.
A mulher passou seu batom vermelho carmim e vestiu-se de mandacaru.
A dança cigana de dias esquecidos.

Peregrinando pelo caminho sagrado feminino achei minha alma adormecida em seus braços.
A fé revelada em sonhos e números, chorando a beira do rio.
Alquimias e canções marotas, em desertos frágeis.
Encontro você em momentos onde todo o universo se repassa e repara a nossa própria lenda.